quinta-feira, 16 de setembro de 2010

esmero

'Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite'

LISPECTOR, Clarice
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Era uma casa não tão engraçada, tinha teto e tudo o mais.
Todo mundo podia entrar, o problema mesmo era ter que sair.
Eram dois andares, dois quartos, duas salas,
dois computadores, dois fogões.
Duas mulheres, duas camas [vazias], duas forças, uma novidade: unidade.
Há quem diga que é preciso deixar que a calmaria se vá em algum momento. Costumam dizer por aí que só sabemos a dimensão real da nossa força quando precisamos, efetivamente, utilizá-la.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

wide open (?)


Fora tão fácil. Eu ia passar a noite de sábado com o Big. Em menos de 30 segundos, ressuscitamos o relacionamento que havia demorado seis meses para morrer.

Naquela noite, eu ia sair com o Big.
Eu estava sentindo tudo: medo, felicidade, pavor. Eu estava pronta para aceitá-lo de novo na minha vida? Será que revê-lo era um grande erro? Por que eu estava tão animada? Eu estava me sentido confusa. Charlotte tinha razão? Se todo mundo morre de vontade de fazer contatos, será que um relacionamento pode nos trazer de volta à vida?

De repente, namorar de novo com Big parecia uma péssima idéia.
Na primeira vez, eu caí fora na hora certa. Será que seria assim na segunda vez?

Era um déjà vu. Eu, o Big, uma porta de entrada e sentimentos confusos.

Acabamos não jogando mais. Eu não sabia se aquilo era um suicídio. Eu só sabia que eu e o Big tínhamos reencarnado. E eu nunca havia me sentido tão viva.


* A jornalista Carrie Bradshaw transformando seus devaneios em material para sua coluna, no jornal The New York Star, no seriado Sex And The City. TEMPORADA 02, EPISÓDIO 05 - "QUATRO MULHERES E UM FUNERAL"
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De cara preciso assumir um compromisso aqui que eu havia feito comigo mesma assim que o .deouvirdizer. estava sendo gerado. Tentar não fazer do blog uma releitura barata de Sex And The City e menos ainda um mero espaço para sua transcrição. O que não posso evitar, apesar de tentar com uma certa frequência, é trazer à tona algumas situações vividas pelas quatro amigas de Nova Iorque - que, sem sombra de dúvida, são catarses instantâneas para qualquer mulher (ou, pelo menos, para aquelas que não fazem muito esforço para evitar seus devaneios).
Apesar de não saber ao certo se a ficção nos plagia o tempo todo, e por isso se faz tão incrível, ou se nossas expectativas estão tão à flor da pele que as repousamos em qualquer lugar no qual possamos nos encaixar minimamente; penso que por conta disso passamos a nos sentir tão desvendadas. Então nos deparamos, novamente, com o ciclo. Bem ali, na nossa frente, tão evidente e intrigante quanto suas interrogações e reticências. Anda, desanda, ata, desata, sente, não sente, sai, volta, vai, vem...Fica!