segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

nirvana

Olhar um vídeo de um casal dançando (ou de si mesmo com alguém) não diz muita coisa sobre o que é dançar junto. Há toda uma dinâmica interna ao corpo, uma misteriosa relação com o outro e com a música. Talvez a dança (de salão) seja um dos raros modos de relação que se aproximem do sexo na possibilidade de movimentar a energia, a respiração, a emoção do outro. É por isso que às vezes conseguimos parar o mundo no fim do facão, no samba de gafieira, entre qualquer passo de tango ou mesmo em alguma travada do forró.

Se bem conduzida, se o casal congela precisamente junto com uma pausa da música (no meio ou no fim), o contraste com a agitação anterior abre os sentidos e cria a sensação de completa expansão temporal e espacial. Quando voltamos a conversar com os amigos ao redor, parece que acabamos de sair de outro universo. De fato, não estávamos dançando. Deve existir outro verbo pra isso.

GITTI, Gustavo

--
Dá até um certo alívio saber que não sou a única no mundo a ter a mesma opinião e sensação, o que é ainda melhor. É isso, exatamente isso. Outro dia ouvi alguém dizer que a dança é uma espécie de mantra, eu já acho que [quando rola a conexão] é o próprio nirvana. Se não for, muito provavelmente o tal 'clímax' não deve existir.

* Super vale à pena dar uma passada no blog do Gustavo: Não2Não1

* Também super vale à pena dançar com meu irmão de coração e de vida, vulgo "Jadão"!