Olhar um vídeo de um casal dançando (ou de si mesmo com alguém) não diz muita coisa sobre o que é dançar junto. Há toda uma dinâmica interna ao corpo, uma misteriosa relação com o outro e com a música. Talvez a dança (de salão) seja um dos raros modos de relação que se aproximem do sexo na possibilidade de movimentar a energia, a respiração, a emoção do outro. É por isso que às vezes conseguimos parar o mundo no fim do facão, no samba de gafieira, entre qualquer passo de tango ou mesmo em alguma travada do forró.
Se bem conduzida, se o casal congela precisamente junto com uma pausa da música (no meio ou no fim), o contraste com a agitação anterior abre os sentidos e cria a sensação de completa expansão temporal e espacial. Quando voltamos a conversar com os amigos ao redor, parece que acabamos de sair de outro universo. De fato, não estávamos dançando. Deve existir outro verbo pra isso.
Se bem conduzida, se o casal congela precisamente junto com uma pausa da música (no meio ou no fim), o contraste com a agitação anterior abre os sentidos e cria a sensação de completa expansão temporal e espacial. Quando voltamos a conversar com os amigos ao redor, parece que acabamos de sair de outro universo. De fato, não estávamos dançando. Deve existir outro verbo pra isso.
GITTI, Gustavo
Dá até um certo alívio saber que não sou a única no mundo a ter a mesma opinião e sensação, o que é ainda melhor. É isso, exatamente isso. Outro dia ouvi alguém dizer que a dança é uma espécie de mantra, eu já acho que [quando rola a conexão] é o próprio nirvana. Se não for, muito provavelmente o tal 'clímax' não deve existir.
* Também super vale à pena dançar com meu irmão de coração e de vida, vulgo "Jadão"!