'like the wind through my dreams'

Olha, desde já, preciso deixar claro que não quero aqui, em nenhum momento, invalidar o valor ou talento do super pop Michel Jackson, mas confesso que mesmo com a velha questão da morte e sua (para os céticos) ‘ida sem volta’, não sentirei saudade alguma. Menos ainda quando a grande maioria das coisas que consigo associar à sua imagem são: escândalos, vexames, excessos dos mais variados estilos e freqüentes crises de identidades que se arrastaram ao longo dos anos. Juro que tentei, não muito, é verdade; mas tentei fazer com que meu sentimento fosse diferente. Desculpem, fãs do astro (in memoriam), é mais forte do que eu. Desculpem.

Hoje sim, meu coração ficou um pouco “menor” com a morte de um artista – também – importante (por favor, não mensuremos a importância, é absolutamente desnecessário). Patrick Swayze ganhou fama ao redor do mundo e o coração de uma pequenina brasileirinha ao protagonizar no filme "Ghost - Do outro lado da vida", 1990 , um super bom caráter que foi assassinado e tentava se comunicar com sua noiva (a linda e, na época, menina Demi Moore) através de uma médium (interpretada pela talentosíssima Whoopi Goldberg).

Todo o filme, na minha singela e modesta opinião, é bonito e carrega marcas características de Patrick, como suavidade e beleza. Mas a “minha cena inesquecível”, em toda a história do cinema, é quando ele a toca enquanto ela modela o jarro de cerâmica. Aqueles poucos segundos em que ele, de fato, se conecta com a noiva, até hoje conseguem me sensibilizar e me transportar à sensação do instinto do amor mais primeiro. O olhar, o toque, o beijo e o desejo do personagem quase saem da tela e vão de encontro a quem estiver ali. Lembro de ter visto o filme algumas vezes não só porque achava divertido, e até meio tolo, ver meu pai chorar todas as vezes que o assistia, mas também por querer desfrutar daquilo que não entendia ao certo, mas me causava uma sensação muito agradável e real. Hoje penso que era a prévia do amor e de todos os demais desejos que já vêm inclusos no combo.

Ode à cena mais afetuosa e sensual do cinema! Ode ao ator que encantou com suas atuações, dança e música! Ode ao artista com essência de artista! Ah, não, a tristeza não invalidou ou diminuiu o sentimento que cultivo há tanto tempo. Ele não vai embora nunca, é imortal.

Até, Patrick...Até.

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Patrick Swayze morreu aos 57 anos, na segunda-feira, 14 de setembro, após quase dois anos de luta contra um câncer de pâncreas